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Fundador do PayPal fala de IA, anticristo e destruição em palestras privadas

Folha de S.Paulo Nitasha Tiku 2025-10-11 Inteligência artificial Tecnologia e religião Nacionalismo cristão Vale do Silício Tecnocapitalismo https://www1.folha.uol.com.br/tec/2025/10/fundador-do-paypal-fala-de-ia-anticristo-e-destruicao-em-palestras-privadas.shtml

Resumo

O bilionário **Peter Thiel**, fundador do **PayPal** e cofundador da **Palantir**, realizou quatro palestras privadas em São Francisco sobre **cristianismo e tecnologia**, nas quais associou críticos da **inteligência artificial** — como **Greta Thunberg** e **Eliezer Yudkowsky** — à figura do **anticristo**. As falas, gravadas e divulgadas pelo *Washington Post*, relacionam o avanço tecnológico à luta entre “bem e mal”, interpretando a **regulação da IA** como ameaça à liberdade criativa e prenúncio de um **governo totalitário global**.

Promovidas pela organização **ACTS 17 Collective**, as palestras reforçam o crescimento do **nacionalismo cristão no Vale do Silício**, misturando retórica religiosa e defesa do tecnocapitalismo. Thiel elogiou **Elon Musk**, criticou **Bill Gates** e descreveu a resistência à inovação como “força anticrística”. Teólogos e críticos apontaram incompatibilidade com a doutrina cristã convencional e alertaram para o uso político da religião no discurso tecnológico contemporâneo.

Dados principais

• Palestras: quatro encontros de duas horas no Commonwealth Club (San Francisco)
• Organização: **ACTS 17 Collective** (movimento cristão ligado a elites da tecnologia)
• Alvos de crítica: **Greta Thunberg**, **Eliezer Yudkowsky**, **Nick Bostrom**
• Apoios e elogios: **Elon Musk**, **Donald Trump**
• Críticas: **Bill Gates** (“força maléfica”), **Marc Andreessen** (“tecnoutopismo”)
• Temas centrais: IA, regulação tecnológica, cristianismo, poder e controle global

Contexto

As declarações de Thiel ocorrem num momento em que o **cristianismo ganha espaço no Vale do Silício**, articulando uma visão de mundo que funde fé, política e tecnologia. Essa interseção reflete a **emergência de uma ideologia tecnorreligiosa**, na qual a liberdade de inovação é tratada como imperativo moral e espiritual. A ACTS 17 e outros grupos similares procuram **“evangelizar as elites”**, ampliando a influência religiosa dentro das corporações de tecnologia.